É bastante comum encontrarmos na região central de São Paulo, os chamados homens seta ou mesmo os homens placa. Seguram nas mãos uma seta ou carregam nas costas uma placa anunciando ofertas de imóveis, compra de ouro e prata, recrutamento de pessoas, etc. Essa prática ocorre desde a implantação da Lei Cidade Limpa em 2007 que proibiu colagens de cartazes em postes, paredes e muros em razão da poluição visual (?) que causavam.
Ocorre que, a utilização de homens setas também foi proibida na cidade de São Paulo, sujeitando às empresas refratárias a pesadas multas. No entanto, a utilização de homens seta continua a pleno vapor, inclusive com mulheres e alguns menores de idade. Recebem uma quantia que varia entre 35 a 50 reais por dia numa jornada de trabalho também variável entre cinco a sete horas por dia.
Não vejo absolutamente nada de errado nessa prática, ao contrário, tem todo o meu apôio. Mas não é assim que pensam alguns blogueiros e palpiteiros de plantão que entendem tanto da área trabalhista quanto um índio entende de física quântica. Do trono de suas insignificâncias, dizem que o trabalho do homem seta é trabalho indigno. Trabalho indigno é praticamente um oxímoro, ou a mesma coisa que dizer bonzinho malvado ou fogo gelado. Ora, se é um trabalho não pode ser indigno porque não existe trabalho que o seja. Todo trabalho é digno sim.
Reconheço que trata-se de um trabalho duro (embora existam piores) praticado por pessoas - pelo menos a maioria delas - sem nenhuma qualificação profissional, às vezes por habitantes das ruas, mas que defendem honestamente o seu ganha pão trabalhando e não roubando, delinqüindo ou servindo de avião para traficantes ou pior, recebendo 30 reais de partidos esquerdistas sara fazer arruaça, quebra-quebra e vandalismo.
As próprias pessoas que trabalham como homem seta ao serem entrevistadas dizem estar felizes com seu trabalho, apesar da chuva, do sol ou do frio. Fazem com prazer porque o pagamento no final do dia (o que já é um privilégio receber por dia) é garantido e somando no final do mês ajuda bastante nas despesas domésticas.
Infelizmente existem centenas de trabalhos terríveis, duros e pesados. Coletores de lixo, Peõs de Obra, Pavimentadores de rua que além de expostos às intempéries do clima, manuseiam emulsão asfáltica composta por hidrocarbonetos pesados, Magarefes de matadouros e cortumes e por ai vai, uma infinidade de trabalhos nocivos à saúde do ser humano. São por isso trabalhos indignos? Não, não são, existe demanda para esse tipo de trabalho e alguém terá que executá-los. O trabalho do homem seta se comparado a esses e muitos outros é mamão com açúcar.
Portanto, blogueiros especialistas em palpitologia com mestrado e doutorado em asneirologia saibam que indigno é dizer que determinado trabalho é indigno, seja ele qual for. Antes de deitar falação sobre o que desconhecem por completo, melhor seria recolherem-se à suas indignas insignificâncias de onde nunca deveriam ter saído para indignamente palpitar.
Um comentário:
Concordo.
Eu já trabalhei como plaqueiro,panfleteiro e homem seta e digo que,se esse trabalho for degradante,é só porque é um trabalho fácil. A gente acorda cedo sim,mas trabalha só nos fins de semana,passeia de kombi por muitos lugares,fica o dia inteiro parado sem fazer nada e ainda ganha dinheiro por isso.
São as empresas de promoções e eventos que contratam pessoas para distribuir panfletos,segurar placas,bandeiras ou setas. Algumas dessas empresas são ruins,não pagam bem e realmente exploram as pessoas. Mas a maioria respeita os funcionários,paga direitinho no final do expediente e não lhes negas os direitos mais básicos como horário de almoço,horário de descanso,o uso de guarda chuva para não torrar no sol,a não necessidade de trabalhar quando o tempo está chuvoso...
Talvez os únicos pontos negativos desse trabalho sejam a contratação de menores de 18 anos e a ausência de regulamentação,que resulta em direitos trabalhistas não reconhecidos. Mas sou totalmente contra sua proibição. Mas são problemas que podem ser resolvidos.
Palpiteiros,que tiveram seus cursos universitários pagos pelos papais,gostam de falar sobre as dificuldades dos menos favorecidos,sem jamais ter passado por elas. Emprego é difícil,mesmo para pessoas com qualificações. Eu falo inglês,fiz curso de portaria com linguagem Q e conhecimentos de sistemas de alarmes,mesmo assim nunca consegui ser porteiro pelo fato de minha CTPS ainda estar em branco.
As empresas de promoções e eventos dão é muita dignidade para as pessoas. Foi o trabalho de plaqueiro,tão criticado por intelectuais de esquerda,que me deu a primeira renda e a sensação de estar incluído na sociedade.
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