segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Dica de Leitura: Davi e Golias : A Arte de Enfrentar Gigantes – Malcolm Gladwell


Há uns 15 anos atrás através da indicação de um amigo tive a oportunidade de ler o primeiro livro de Malcolm Gladwell, “Ponto de Equilíbrio”, escrito no ano de 2000 e que se tornou um best-seller mundial. Após a leitura dessa obra prima, imediatamente percebi que estava diante de um tremendo escritor, tornando-me um leitor assíduo de suas obras. Cada livro de Gladwell, obtemos um manancial de cultura e conhecimentos dos quais jamais iremos nos esquecer. E com Davi e Golias: A Arte de Enfrentar Gigantes, não poderia ser diferente.


Malcolm Gladwell é um jornalista britânico, licenciado em História, atualmente reside em Nova Iorque. Orador palestrante e colunista da revista The New Yorker. Seus artigos e livros partem de suas pesquisas em Ciências Sociais, especificamente em sociologia e psicologia social. Ao lado de Jordan Peterson e Nassim Nicholas Taleb, Gladwell é um dos nomes mais lidos e citados no setor corporativo, sobretudo nos setores de administração e recursos humanos.


No livro Davi e Golias, já na primeira parte nos deparamos com um tema muito atrativo: “As vantagens das desvantagens e as desvantagens das vantagens”. Pode parecer inacreditável, mas foram apenas duas frases proferidas pelo ameaçador gigante Golias que fizeram com que a sagacidade do jovem pastor Davi ganhasse o combate atirando a pedra que pode atingir Golias de maneira letal. Foram essas as duas frases proferidas pelo gigante Golias ao jovem Davi.


“Venha aqui e darei sua carne às aves do céu e aos animais do campo!”


“Por acaso sou um cão, para que você venha contra mim com pedaços de pau?”


Não vou dar o spoiler (para quem ainda não leu o livro) de como Davi pensou rápido diante dessas duas frases que revelaram a fraqueza de Golias para então tombar o gigante com o arremesso de uma pedra em sua testa. Claro, Davi era também um exímio fundibulário.


Todos os capítulos têm como fio condutor o exemplo da sagacidade do pastor Davi. São histórias reais de situações limites aparentemente sem solução alguma que ocorreram tanto com personagens importantes da história, como por exemplo, Martin Luther King, bem como, com personagens anônimas ou desconhecidas. Todas elas utilizando insights que costumamos desprezar no dia a dia, conseguiram enxergar uma nesga de raio de luz na própria desvantagem em que se encontravam para fazerem dela uma vantagem surpreendente.


E assim o livro passa pela história dos pintores franceses impressionistas que, ridicularizados pelos críticos da época e pelas importantes galerias que rejeitavam seus trabalhos, quando tudo parecia estar perdido, um inacreditável insight dos pintores Monet e Pissarro tirou o grupo do anonimato projetando-os para o reconhecimento mundial; passa pelo conflito da Irlanda do Norte contando a resiliência de pessoas que sobreviveram ao ataque de granadas e bombas da bestialidade das tropas inglesas; conta a história de como um disléxico se tornou um importante jurista e assim por diante.


Ademais, Gladwell discorre com maestria sobre a ilusão de se escolher uma universidade de renome pra cursar (o que vale mais, ser um peixe pequeno numa lagoa grande ou ser um peixe grande numa lagoa pequena?), sobre o equívoco das ações afirmativas, do tremendo erro dos profissionais do ensino que acreditam que a redução de alunos por classe seja a solução para uma boa educação e muito mais.


Uma entre tantas lições que aprendemos com Gladwell é a seguinte: “Coragem não é algo que você já tem e o torna destemido quando tempos difíceis começam. Coragem é o que você conquista quando passou por tempos difíceis e descobriu que não são tão difíceis assim”.


Pessoas que agem e tomam atitudes como Davi correm riscos, riscos estes que a maioria das pessoas desaprova e muitas delas não estão dispostas a correr. Portanto, temos nas mãos não apenas um livro, mas um verdadeiro manual de como tirar vantagens das desvantagens, sendo que estas no dia a dia não são poucas e estão sempre presentes e que se agigantam como o gigante Golias diante de nossos olhos dando-nos a falsa impressão que não há mais nada a fazer. Vivemos em tempos de enfrentar gigantes e tal como o jovem Davi, devemos ter a coragem e a audácia de derrubá-los todos.


terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Convenções da OIT só dificultam as relações de trabalho


O raciocínio é bem simples e óbvio ululante: como pode uma organização internacional sediada em Genebra ditar normas, regulações e regras nas relações de trabalho para nada mais nada menos do que 187 países absolutamente diferentes entre si? Faz algum sentido? Para mim e com toda certeza para muitos de meus colegas profissionais de RH não faz sentido algum, sobretudo se levarmos em conta as peculiaridades únicas e singulares que regulam este setor no Brasil ou mesmo em cada país.


Um flash de história: A Organização Internacional do Trabalho-OIT foi fundada em 1919 em Genebra-Suíça após a assinatura do Tratado de Versalhes. Define-se como "um organismo responsável pelo controle e emissão de normas referentes ao trabalho no âmbito internacional, com o objetivo de regulamentar as relações de trabalho por meio das convenções, recomendações e resoluções, visando proteger as relações entre empregados e empregadores no âmbito internacional". Basta agora perguntar se algum trabalhador sabe o que é a OIT ou mesmo se ele a elegeu para protegê-lo. Tenho absoluta certeza que não!


A OIT conta com 187 países membros, o Brasil incluído naturalmente, porque, oras, soaria antipático não sê-lo, não é mesmo? Atualmente o Brasil tem 76 convenções ratificadas, a maioria delas de uma absurdidade sem precedentes. A última delas é a convenção nº 189 que trata do trabalho doméstico, ratificada pelo Brasil e que entrou em vigor em 2019. Ainda assim o Brasil já foi denunciado por violar as normas internacionais do trabalho (sabe-se lá o que isso significa) veiculadas pelas convenções, neste caso específico, a Convenção nº 98 que trata da livre organização sindical e negociação coletiva. 


A missão da OIT é um primor, pois diz que “homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente”. Existe algum trabalho que não seja decente? Podemos afirmar que existem sim algumas profissões cujas condições de trabalho sejam duras, difíceis ou mesmo insalubres, porém não se tornam indecentes por isso, muito pelo contrário, no meu entender todas as profissões são dignas e decentes e não existe trabalho que não o seja, pois se existisse não seria trabalho, um tanto óbvio, não?


O restante é aquele bla bla bla esquerdoso de provocar engulhos tais como, “o trabalho não é uma mercadoria” (pois eu digo que é sim!), “luta pela erradicação do trabalho infantil” “liberdade sindical e negociação coletiva”, “justiça social”, “desigualdades salariais” e demais palavras sedutoras que não passam de perfumaria retórica de militontos. Haja estômago.


Ora, a dinâmica das relações de trabalho em cada país tem as suas peculiaridades. A densidade demográfica, a localização geográfica, o contingente de trabalhadores, profissões específicas, as formas de previdência social, etc. Em boa parte deles a liberdade econômica e a livre iniciativa sem a intervenção do estado estimulam o empreendedorismo ou contratos de trabalho enxutos, firmados diretamente entre empregador e empregado sem regulações trabalhistas. Portanto, a ideia de uma organização em Genebra estabelecer regras, protocolos, regulações e normas para países que operam as relações de trabalho cada um a sua maneira é algo inimaginável e bizarro para se dizer o mínimo.


Agora, falando de Brasil, um dos únicos do mundo que conta com direitos trabalhistas constitucionalizados; um manual copy & paste da Carta del Lavoro que atende pelo nome de CLT (Chicote no Lombo dos Trabalhadores) com seus 952 artigos, uma justiça do trabalho (que gera aos cofres públicos despesa draconiana) que só existe aqui no Brasil, somando-se a isso as súmulas e jurisprudências do TST, os acordos coletivos que têm força de lei, as leis complementares, portarias, normas técnicas, pesada carga tributária trabalhista, etc. E ainda assim precisamos de convenções de OIT? 


Pois bem, em 1946 a Declaração da Filadélfia foi anexada à constituição da OIT para reafirmar os objetivos da organização que se coadunam com o sindicalismo internacional militante de esquerda. Trata-se portanto por definição de uma organização política anticapitalista que apenas dificulta a empregabilidade, mais um clubinho de canhotos que lá do alto dos alpes suíços passa pito nos empregadores que geram empregos. O que podemos esperar disso? Boa coisa é que não é. Portanto, todos para o chão, a qualquer momento pode vir aí mais uma convenção.


Revista Forbes elege “Don’t Stop Believin” (Não Pare de Acreditar), da banda Journey como a melhor canção de todos os tempos

Journey: Jonathan Cain, Neal Schon, Steve Perry, Steve Smith, Ross Valory A famosa revista estadunidense Forbes com sede em Nova Iorque, em ...