segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Piloto de Boeing dá um show de habilidades e evita tragédia


Sifis Migadis


A alegria dos profissionais de Recursos Humanos é tomar conhecimento de histórias que envolvam profissionais habilidosos que em algum momento de suas profissões precisaram tomar decisões difíceis e inusitadas que de alguma forma fizeram a diferença e até mesmo evitaram tragédias e salvaram vidas. É o caso do piloto grego, Sifis Migadis que conduzindo um Boeing 747-200 com sérios problemas mecânicos e com 418 pessoas a bordo evitou que o avião caísse sobre casas e edifícios.

Numa tarde quente de verão no ano de 1978 na Grécia, um Boeing 747-200 (o famoso jumbão), da Olympic Airways faria o voo Olympic 411 cujo trajeto sem escalas seria Atenas-Nova Iorque com 400 passageiros e 18 tripulantes a bordo. Na cabine de comando, o comandante Sifis Migadis com 32 anos de experiência em pilotagem, o também experiente copiloto Konstantinos Fikardos e um engenheiro de voo.

Quando o avião iniciou a decolagem e já estava atingindo a velocidade V1, quando não é mais possível abortar a decolagem, ou seja, o momento exato de sair do chão, ocorreu uma falha mecânica em um dos motores causando uma explosão. Nesse momento o engenheiro de voo se equivocou com o estrondo e decidiu inadvertidamente cortar a potência dos outros motores do avião. Sem potência alguma e sem empuxo, o avião dificilmente decolaria e iria se chocar com as montanhas. Foi então que o piloto Sifis Migadis, um profundo estudioso da lei da aerodinâmica, rapidamente solicitou ao copiloto que recolhesse o trem de pouso com o avião ainda no chão! Ele sabia que esse procedimento diminuiria o arrasto do avião e ele surfaria no que conhecemos como efeito solo! E então, voilà, ele conseguiu "decolar" e subir um pouco! A Física explica o efeito solo.

Quem estava em terra e presenciou a cena achava que o avião iria cair e a tragédia seria iminente, apenas um milagre poderia salvá-lo. O procedimento tomado pelo experiente piloto Migadis, é bom que se esclareça, não foi um procedimento que consta nos manuais de pilotagem. Em entrevistas que o piloto concedeu tempos depois, ele disse o seguinte: "para manter o avião no ar, tive que quebrar muitas regras da aviação". Portanto, foram manobras intuitivas mas embasadas na perícia de Migadis, sem dúvida alguma um piloto Red Pill.

O avião subiu um pouco e sobrevoou Atenas numa altitude de apenas 64 metros de altura tirando fina dos edifícios. Migadis, calmo e inabalável lutava no comando daquele jumbo pesando 350 toneladas. Ele sabia que não poderia fazer nenhuma curva, caso contrário o avião entraria em estol. E então assim seguiu em baixa altitude em linha reta até sobrevoar um rio quando então ele decidiu alijar combustível para que o avião ficasse mais leve e ganhasse um pouco de altura. Após ganhar altura, Migadis com toda sua perícia consegue fazer a curva e retornar ao aeroporto. Ao aterrissar, foi recebido com aplausos delirantes, festa e as devidas láureas, se consagrou como um herói da aviação grega.

Um profissional dessa envergadura é sem dúvida alguma de encher os olhos. A experiência acumulada, a dedicação ininterrupta e o estudo contínuo de temas pertinentes à profissão se traduzem em uma só frase: a paixão pela profissão! E a aviação está repleta de profissionais desse quilate.

Tem mais! O incidente ocorreu às 14: horas. E às 18:00 horas daquele mesmo dia, o comandante Sifis Migadis como o excelente profissional que era e sua tripulação, assumem o comando de outra aeronave substituta para enfim levar com segurança os 400 passageiros com destino à Nova Iorque.

Sim, esperavam um milagre e ele realmente aconteceu, o nome desse milagre é Sifis Migadis no comando!

Confira abaixo no excelente canal do Lito de Souza, a instigante história desse incidente da aviação: 





segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Empregadores malvadões X empregados oprimidos ou: ainda existe luta de classes?


O Leviatã
O Leviatã


Empregadores malvadões X empregados oprimidos é um pensamento ainda bastante predominante nas relações de trabalho em pleno século XXI no qual termos como automação, digital influencers, uberização, home-office, etc. estão na ordem do dia. Faz algum sentido então ter esse tipo de pensamento? Ainda existe alguma verdade nisso? Diz um ditado que aonde há fumaça, há fogo, portanto, vamos ver até que ponto podemos afirmar que os empregadores são malvadões que exploram os empregados oprimidos e também como surgiu esse pensamento.

Desde o início do século XX, as relações de trabalho no Brasil são marcadas por uma presença sindical fortíssima e que embora nunca tenha conquistado nada no setor trabalhista faz muito barulho cantando vitórias que na verdade nunca obteve. A maioria desses sindicatos é braço político de partidos de esquerda e também do estado. Todos estão ligados de alguma maneira à internacional socialista e consequentemente permeados com a pior ideologia marxista da teoria da mais valia a qual tenta vender a ideia de que todo trabalhador é explorado pelo patrão. Nada mais falso, pois a teoria da mais valia foi refutada por diversos economistas e um dos seus principais refutadores foi o fundador da escola austríaca de economia, Carl Menger em seu livro “Princípios de Economia Política", escrito no ano de 1871. Portanto, já faz um tempão que essa teoria foi refutada, hein?

Mesmo a teoria da mais valia sendo refutada por inúmeros economistas liberais, ela ainda tem alguma força em razão da maioria dos cursos universitários na área de humanas vendê-la em seus currículos como verdade absoluta nas relações de trabalho. Somam-se a isso os capítulos e os inúmeros artigos da CLT que tratam das questões dos sindicatos e a própria Constituição Federal nos artigos 8,9, 10 e 11. Portanto, temos a seguinte equação:

teoria marxista da mais valia + sindicatos + CLT + Constituição Federal + cursos de humanas = empregadores opressores malvadões X empregados oprimidos.

Não é preciso ser expert em economia para saber que a realidade no mercado de trabalho está bem distante dessa equação acima. O Brasil é um dos poucos países do mundo, se bobear o único, aonde essa mentalidade ainda persiste, embora ela não resista a dois minutos de choques de realidade e de premissas lógicas.

Entretanto, é um erro negar a existência de empregadores que se utilizam de condutas abusivas na relação com seus empregados. Tais condutas dificilmente ocorrem em empresas de médio e grande porte que possuem os seus próprios departamentos de RH que investem espetacularmente no capital humano e na qualidade de vida de seus colaboradores. As condutas abusivas costumam ocorrer em empresas pequenas, comércio de bairros, padarias, pequenos supermercados, farmácias e no trabalho doméstico. Esses empregadores não possuem o mínimo conhecimento de práticas comerciais e da legislação trabalhista. São muito mal orientados por seus contadores. Obviamente alguns realmente são desonestos e desprovidos de ética profissional até mesmo com os seus consumidores.

Então não existe luta de classes? Mas é claro que ela existe e é composta por: empregadores e empregados X Estado! Essa sim é a verdadeira luta de classes, pois os empregadores e seus empregados estão do mesmo lado e ambos são potenciais contribuintes compulsórios ou involuntários que sustentam os cofres públicos do Leviatã. Os direitos trabalhistas tão artificiais tais como sabores de gelatina em pó (já escrevi sobre isso em diversos artigos neste blog), são pagos e bancados pelos próprios empregados. Atualmente com a informação descentralizada e distribuída, alguns já têm plena consciência disso, outros infelizmente ainda não.

Portanto, maus empregadores existem, empregados desidiosos também, no entanto, é um erro tomar isso como uma regra mas meramente como exceção. É absolutamente incorreto julgar o todo pelas partes. Como nos romances policias, o vilão está sempre oculto, disfarçado de bom moço mas que atualmente, empregador e empregado já sabem o seu nome. Ele atende pelo nome de Leviatã.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Método de entrevista de emprego com Ruth Badger


Ruth Badger, com apenas 24 anos de idade alcançou a posição de executiva sênior da empresa Compass Finance Limited, no Reino Unido. Antes ela já havia sido eleita como funcionária do ano por ter obtido quatro promoções em apenas 18 meses quando trabalhou para a GE Capital. Em 2006 foi vice-campeã do reality “The Apprentice”, comandado pelo magnata Lorde Alan Sugar. Mesmo sendo vice-campeã, Ruth é disparadamente considerada a mais brilhante participante de todos os tempos das edições desse reality em razão de seu estilo arrojado, inteligente, polêmico e criativo. Lembrando que quando foi vice ela já era uma executiva de destaque e bem sucedida. Ela não completou o ensino superior.

Ruth Badger atua nos setores financeiro, imobiliário e de mentoria pessoal para formação de equipes de liderança. Uma de suas especialidades é a recuperação de empresas PMEs que estão operando no vermelho e em rota de falência. E ela faz isso muito bem obtendo praticamente 100% de êxito em todos os casos em que atua como consultora. É proprietária da Ruth Badger Consultancy.  É co-fundadora e diretora executiva da Everything Tech, uma empresa de TI cujo faturamento anual gira em torno de 6 milhões de libras. É membro da The Leaders Council, um tink thank do Reino Unido que reúne os mais incríveis e bem sucedidos empreendedores do país.

Ruth Bdger, atualmente assina Ruth Hall, obviamente sempre quis ter em suas equipes de trabalho os melhores profissionais do mercado. Ela criou o seu próprio método de recrutamento no qual ela mesma entrevista os candidatos fazendo perguntas surpreendentes e matadoras. Inclusive a convite, ela fez uma participação no The Apprentice de 2009 para o recrutamento de jovens universitários.

Há alguns anos, ela disponibilizou o seu método de entrevista no Youtube em duas partes. No caso, a vaga é para o setor de vendas. E atenção para uma pergunta matadora que ela faz ao candidato na parte II em 4:40 do vídeo!


Com a palavra, Ruth Badger: 






segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Remédios estóicos para o desemprego



*Por Jean-Louis Cianni


"Estóico vem do grego stoa, pórtico. O fundador da doutrina, Zenão de Cítio (por volta de 334-262 a.C), ensinava sob arcadas em Atenas. O desenvolvimento dessa grande escola de filosofia antiga é marcado por três etapas: o estoicismo antigo, o médio (dois séculos antes de Jesus Cristo) e o romano, cujos principais representantes são, Cícero, Sêneca, Epíteto e Marco Aurélio, o imperador filósofo.

Como o epicurista, o estóico busca a ataraxia (ausência de perturbação), afastando da alma tudo que atordoa, e principalmente as paixões, que são como doenças. Todavia, o estóico não encontra o bem no prazer, mas na virtude (grifo meu), entendida precisamente como ausência de paixão (apatia). Se a filosofia fosse um esporte coletivo, diríamos que os estóicos jogam na defesa, enquanto os epicuristas preferem o jogo ofensivo.” [...]

“No início o remédio estóico pareceu-me pior que o mal. Esses homens sobre cujo exemplo eu lia pareciam-me dotados de uma energia e de uma coragem sobre-humanas. Era um objetivo alto demais para mim. Como chegar a um tal grau de renúncia, de autolimitação e lucidez? Eu não passava, afinal, de um ocidental da segunda metade do século XX. Não passara por nenhuma guerra, nenhuma catástrofe natural, nenhuma recessão econômica. Vivia na Eurolândia, desfrutava de proteção social francesa. Era filho de um país e de uma época abençoados, consumindo, desejando, divertindo-me. Será que ainda era capaz de ouvir uma única nota da áspera música estóica?

Pois fui capaz, aplicando, mediante alguns ajustes indispensáveis à minha capacidade, os exercícios básicos de uma filosofia que se pretendia essencialmente uma prática espiritual. Eis aqui três deles, cuja eficácia pude avaliar diretamente.

1- Estar atento a si mesmo. Os estóicos chamam esse primeiro movimento de prosoché. O ponto de partida da filosofia é a consciência da própria fraqueza, estima Epíteto. Implicava em que eu deixasse de fugir de mim mesmo, ou seja, que reconhecesse finalmente minha fraqueza, que a acolhesse. Além disso, a concentração estóica redunda em se distanciar dos próprios desejos e paixões. Praticando-a, eu podia ver que o sofrimento vinha de mim mesmo, e que, portanto, não era insuperável. Enfim, a vigilância estóica focaliza a consciência no instante presente. Desse modo, ela leva a abrir mão das esperanças enganosas e dos arrependimentos inúteis. Eu tinha que arrancar meu olhar do passado, daquela função perdida, daqueles ilusórios privilégios. O que doía era a frustração. O que paralisava era a espera da gratidão de uma sociedade que não daria mais nada e que eu devia agora rejeitar, como numa segunda adolescência, para existir por mim mesmo. Revolta: minha atitude mudava.

2- “Ter uma visão “física” das coisas. Os estóicos recomendam que vejamos os outros, especialmente os adversários, com o olhar do médico, como montes de órgãos e ossaturas. Tratei de aplicar esse método sem reservas a todos os personagens que assombravam minha vida de gerente desempregado. Os tubarões suíços e os consultores internacionais que me haviam eliminado: um montinho de ossos bem alinhados. A diretora da Anpe que me tratava com desprezo, idem. O gerente administrativo da faculdade que me varrera do mapa, a mesma coisa. Os avaliadores, os caçadores de talento, os júris e todos aqueles que me usaram gratuitamente, os falsos aliados, os falsos amigos, todos que me recalcavam em minha condição de desempregado, não por indiferença, mas porque encontravam nisso, decididamente, um interesse objetivo – considerando-se o número de colocações disponíveis no mercado – todos esses finalmente se viam reunidos, triturados, dissolvidos na unidade de sua essência, para formar, depois de conscienciosa aplicação do método estóico, um imenso e salutar ossário de imaculada brancura.

3- Pensar grande. Comecei a usar a imaginação. Decolava de pijama do meu escritório, voando pelo céu como Peter Pan; minha casa já não passava de um pontinho lá embaixo, Montpellier, o aeroporto, as praias... Tudo isso parecia bem distante, pequeno, ridículo. Eu via o mundo com a objetiva de um satélite. Ícaro estava vivo, retomava sua ascensão. Dessa vez, não era para se aproximar do sol, mas para decolar, antes de mais nada, de si mesmo e de suas ruinosas obsessões.

Todos esses exercícios, repetidos com a seriedade e o humor necessários, lançavam as bases de um novo regime de orientação e consciência. Eu não era mais diretor de nada nem de ninguém, nem membro de algum comitê diretor. Mas recuperava outro cargo, do qual fora afastado há muito tempo; eu mesmo. A partir de agora, era eu o estrategista, o piloto, o presidente executivo dessa empresa de mim mesmo.

Acrescento a esses exercícios aquele que sem dúvida mais me ajudou: a meditação. Os estóicos a consideram um diálogo consigo mesmo ou para si mesmo. Esse diálogo, difícil e tenso, permitiu-me ordenar o caos incontrolável de meus pensamentos, progressivamente transformando minha representação do mundo e da situação. Ele pode tomar a forma de um texto escrito, do que dá testemunho a obra de Marco Aurélio. O que funcionou para um imperador romano pode perfeitamente convir a um simples diretor de comunicação.”

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*Excertos extraídos do livro, A Filosofia como Remédio para o Desemprego, de Jean-Louis Cianni, editora Best Seller, 2009.


Organização, Gerenciamento de Tempo e Produtividade

Matriz de Eisenhower Não existem mágicas, truques, macetes ou segredos, o que existem sim são métodos, técnicas e ferramentas bem estudadas ...