quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Convivendo com os defeitos


“Fale-me de suas qualidades e de seus defeitos.” Esta é uma pergunta muito utilizada na entrevista de seleção de candidatos. Fácil (ou nem tanto para alguns) é falar sobre nossas qualidades; difícil é descrever nossos defeitos. Alguns candidatos ficam constrangidos, desviam o olhar, gaguejam, outros discorrem até com certa desenvoltura, mas nem sempre convencem o entrevistador.

O difícil de falar sobre os defeitos é que apesar de estarmos conscientes de alguns deles, é na convivência diária com pessoas que outros defeitos que sequer percebemos acabam se revelando. Muitos candidatos respondem que perfeccionismo e um grande senso de organização são qualidades. Mas, ao interagir com pessoas no ambiente corporativo tais atributos podem representar graves defeitos e incomodar. Pessoas desorganizadas e procrastinadoras não costumam enxergar com bons olhos pessoas organizadas e vice versa; no entanto, a convivência é possível chegando-se a um acordo de tolerância mútua, desde que não haja prejuízo na produtividade do trabalho.

Maior defeito do que o próprio defeito é a falta de tolerância em relação aos defeitos de uma pessoa, pois, uma pessoa perfeccionista jamais se dará conta que essa qualidade representa um defeito aos olhos de um colega de trabalho desleixado. A tolerância é a medida do equilíbrio. A falta dela gera conflitos perfeitamente evitáveis e seu excesso abre espaço para pessoas abusadas. O erro começa quando o perfeccionista passa a exigir dos colegas de trabalho o mesmo grau de perfeição e nem sempre isso é possível.

Podemos conviver muito bem com defeitos nossos e alheios, o problema é quando tais defeitos passam a incomodar pessoas que convivem conosco e refletir no trabalho de forma negativa. Conheci um competente líder de equipe que atuava na área financeira. A sua mesa de trabalho era abarrotada de papéis, mapas, lembretes, cadernos de anotação, enfim, um verdadeiro caos. Porém, como dizia ele bem humorado, “um caos organizado” que nunca o atrapalhou em nada, pois sabia perfeitamente onde estava cada papel, cada anotação, e isso nunca causou a ele nem aos seus subordinados ou à empresa em que trabalhava qualquer tipo de dano ou conflito.

Obviamente que somos imperfeitos e com tantos defeitos que às vezes nem nos damos conta deles e nem sabemos quais são, a não ser que alguém os aponte para nós. Através da tolerância e alguns ajustes, procuramos errar o mínimo possível e assim corrigir os defeitos que poderão resultar em conflito ou prejuízo no ambiente corporativo. É apenas um fio tênue que separa qualidades e defeitos e a questão sobre isso é perfeitamente superável, porque qualidades temos muitas, mas os defeitos estão nos olhos de quem vê.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Leitura Recomendada: Marketing Pessoal - Derrick Scott-Job


Livro: Marketing Pessoal
Autor: Derrick Scott-Job
Editora: Best Seller / 180 páginas
Assunto: Administração/ Recursos Humanos

Excelente livro que trata especificamente de Marketing Pessoal voltado para profissionais que estão em busca de uma recolocação no mercado de trabalho.

O autor toma como exemplo, três casos reais de pessoas que perderam os seus empregos: Um engenheiro, um chefe de treinamento e uma auxiliar de publicidade e traça a trajetória de cada um desde a elaboração do curriculum até a entrevista final de seleção.

O livro é divido em três partes: Preparação, Ação e Ápice. Na primeira parte, o autor dá dicas de planejamento financeiro para quem está desempregado. Ensina como elaborar e produzir corretamente um curriculum vitae de maneira enxuta e elegante. A segunda parte trata da carta de apresentação, da análise dos anúncios classificados de empregos e uma excelente explanação de como uma vaga é preenchida, além de apresentar ao leitor, técnicas de marketing pessoal. Na terceira e última parte do livro, o autor aborda a ocasião das entrevistas sugerindo como se portar ao se apresentar ao entrevistador, análises e informações sobre a empresa, a entrevista final e um estudo sobre o Contrato de Trabalho.

Atualmente este livro encontra-se esgotado nas editoras e até que seja editada uma próxima edição, ele poderá ser encontrado em sebos por um preço bem acessível. Trata-se de um livro em linguagem fácil e altamente recomendado para quem procura uma recolocação no mercado de trabalho.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Salário Mínimo, Desemprego Máximo

O ano mal começou e já temos um aumento decretado por Medida Provisória de um novo Salário Mínimo que passou de R$ 465,00 para R$ 510,00 em vigor a partir de primeiro de Janeiro de 2010. E o desemprego vem aí como natural conseqüência desse aumento.

Vejamos as conseqüências desse aumento e os efeitos negativos sobre a economia: O aumento fora de época pega as empresas desprevenidas com o caixa defasado pelas despesas de 13º salário e férias coletivas pagas em dezembro. Isso irá reduzir as oportunidades de emprego para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho, sem dúvida alguma os mais atingidos pelo aumento, e também, trabalhadores pouco qualificados. Haverá sim um aumento da demanda por trabalhadores com maiores qualificações ou mesmo a exigência de um determinado grau de instrução desnecessário e desproporcional à ocupação.

É falacioso afirmar que o salário mínimo reduz a taxa de pobreza, ao contrário, trabalhadores e jovens no início de carreira e com pouca qualificação profissional, trabalham por um valor menor sendo que, com esse aumento ficam fora do mercado de trabalho deixando naturalmente de consumir. Podemos citar como exemplo, os Estados Unidos no governo de Ronald Reagan quando o salário mínimo foi congelado, houve aumento de emprego e alto crescimento da economia. Em países aonde o salário mínimo é alto, o nível de desemprego chega aos dois dígitos.

O aumento é repassado automaticamente ao preço final de cada produto e é bom lembrar que, quando o preço de um produto aumenta, as pessoas deixam de consumí-lo. O custo da mão de obra não pode de maneira alguma ser mais alto do que o produto final, mas deve se ajustar à produtividade. O valor do salário é um fenômeno de mercado determinado pela oferta dos meios de produção e no caso de aumento além do valor de mercado, a oferta de mão de obra ficará desempregada.

Outro forte impacto quando há aumento do Salário Mínimo é diretamente sobre os programas de treinamento que por ora deverão ser suspensos ou até mesmo cortados. Programas de treinamento têm um custo e normalmente são dirigidos aos jovens iniciantes que aceitam compartilhar desse custo ganhando um salário menor, em benefício do aprendizado que lhes trará uma melhor remuneração dentro de pouco tempo após a conclusão do treinamento.

Dizer que o aumento do salário mínimo foi desastroso é pouco. Na verdade, o aumento da oferta de empregos aumentará fabulosamente quando o salário mínimo for extinto deixando a livre negociação salarial a cargo de empregados e empregadores. Portanto é apenas ilusória essa euforia imediata resultante do aumento do salário mínimo, pois os amargos efeitos serão degustados logo a seguir e por um bom tempo.




Falar bem ou ter boa oratória é “combustível” para alavancar carreira?

"Fazemos bem aquilo que gostamos de fazer" (Napoleon Hill) Dia desses tive a oportunidade de assistir um curioso podcast no qual d...