sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Leitura Recomendada: Ensinando Inteligência - Pierluigi Piazzi (Prof. Pier)


Livro: Ensinando Inteligência
Autor: Pierluigi Piazzi (Prof. Pier)
Editora: Aleph
Páginas: 240


Se você acha que a educação é cara, tente a ignorância (Derek Bok)


O saudoso professor Pierluigi Piazzi (Prof. Pier), falecido em Março deste ano nos deixou um legado inestimável na área do Ensino e da Educação. Ele foi um ferrenho opositor e feroz combatente do relativismo cultural e da linha desconstrutivista da sinistra Escola de Frankfurt. Essas ideologias dominaram o sistema pedagógico no Brasil (que o professor chamava com razão de “pedagorréia”), e que conquistaram pedagogas incautas e provincianas de primeira viagem, deslumbradas com o método vulgar do charlatão e plagiador Paulo Freire. 

“Ensinando Inteligência”, faz parte da trilogia, “Estimulando Inteligência” e “Aprendendo Inteligência”, este, já indicado por mim nesta postagem. Neste volume, Ensinando Inteligência, voltado exclusivamente para os professores, o prof. Pier, entabula um diálogo o tempo todo com esses profissionais do Ensino, demonstrando com maestria o terrível equívoco de aderir a determinados métodos pedagógicos que de pedagógicos nada têm, porém são bandeiras ideológicas e políticas que passam anos luz do que realmente representam os verdadeiros métodos de ensino e aprendizagem.

O professor Pier estava ciente de que, em razão dessas ideologias rasteiras, o Brasil tem um dos piores sistemas educacionais do mundo. Aqui, os alunos não estudam para aprender, mas para tirar notas e passar de ano. Só que isso não basta! Como explicar aqueles alunos que fecham o ano com ótimas notas mas tomam homéricos "paus" sequenciais em diversos vestibulares? O prof. Pier nos explica com brilhantismo: “temos um sistema escolar com milhões de alunos e quase nenhum estudante”.

Segundo o prof. Pier, o erro não é das pedagogas, mas da Pedagogia que elas aderiram, via Piaget, Vygotsky e Freire, e que é praticada no Brasil, ou seja: discussão estéril sobre cotas ou inclusão social e digital, multiculturalismo, ambientalismo chinfrim e outras bobagens que não passam de uma atrativa perfumaria ideológica, a qual tem levado os alunos para a lanterna do ranking mundial de piores estudantes do mundo em matemática, raciocínio lógico e redação, atributos estes, essenciais e condição sine qua non para entrada no mercado de trabalho.

Partindo das premissas de que professor não é educador mas instrutor, pois educar cabe à família e de que assistir aula e estudar são atividades completamente diferentes, o prof. Pier aponta algumas soluções e caminhos para reverter esse processo deletério do atual Ensino no Brasil. Vamos a eles:

- Modelo dos cursinhos pré-vestibulares.  A experiência de anos lecionando em cursinhos pré-vestibulares, o prof. Pier constatou o aproveitamento e índice de presença praticamente de cem por cento dos alunos. Qual o segredo? Não há segredo, o que ocorre nos cursinhos é que as provas (chamadas de “simulados”) são aplicadas apenas para verificação do aprendizado mas sem compromisso com avaliação! Nos cursinhos, os alunos aprendem a aprender e transformam-se em verdadeiros estudantes. Quem ensina não examina! Para o prof. Pier, as avaliações devem ser externas e o sucesso dos cursinhos corroboram a tese do professor.

- O prof. Pier foca nas tarefas. Tarefa é a atividade principal, não é complemento de aula, a aula é que é um preparo para a tarefa. A aula deve ser assistida com atenção, a tarefa estudada no mesmo dia e uma boa noite de sono para que a rede neural (sistema de neurônios) faça a reconfiguração cerebral fixando as novas informações estudadas durante o dia.

- Ênfase no autodidatismo. O livro ainda é o elemento mais importante no desenvolvimento da inteligência e portanto, a leitura deve ser estimulada de maneira correta pelo professor sem que se torne uma obrigação, mas que seja uma atividade prazerosa e isso o  prof. Pier demonstra com exemplos que é perfeitamente possível de se fazer.

- Para melhorar a qualificação dos professores, o prof. Pier sugere um exame nos moldes da OAB, ou seja, a criação de uma Ordem dos Professores do Brasil- OPB, que aplicaria um teste de aptidão pelo qual esses profissionais provariam que estão aptos para assumirem a profissão. Naturalmente que para isso acontecer, o Ensino no Brasil deve ser desvinculado completamente do MEC, que obviamente, seria extinto, iniciativa que eu compactuo entusiasticamente. Ensino e Estado não dão bom resultado.

Eis aqui então alguns caminhos, entre outros, apontados pelo prof. Pier neste brilhante livro, no sentido de tirar a situação do Ensino no Brasil desse limbo ideológico no qual está estacionado e patinando há pelo menos trinta anos ou mais. E o que cabe ao professor nesse processo? O prof. Pier responde: "A missão do professor não é ensinar, muito menos educar, é fazer o aluno aprender!".

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