"Empregado quando é bom o patrão é companheiro" (Tião Carreiro & Pardinho)
A saudosa dupla Tião Carreiro e Pardinho, que compunha a legítima música sertaneja de raiz, cantou magistralmente as relações de trabalho na bela melodia, “O Patrão e o Empregado”, composta por José Dias Nunes (o Tião Carreiro) em parceria com outro compositor, um craque da música caipira, Lourival Santos. A letra da canção é um verdadeiro elogio ao capitalismo e retrata da maneira mais realista possível as relações entre patrão e empregado. Uma tijolada sem dó nem piedade na verborrágica luta de classes pregada pelo aldrabão (embora inteligentíssimo, devemos reconhecer) Karl Marx, que, é sempre bom lembrar, nunca trabalhou na vida, vivia às custas dos amigos e nunca colocou os pés numa fábrica [1].
E por falar em Karl Marx, nunca é demais reiterar o que já escrevi em diversos artigos neste blog sobre a teoria do valor-trabalho, de Marx. Essa teoria maluca do alemão Marx que odiava judeus, embora fosse um deles, foi espetacularmente refutada pelo economista Carl Menger, o fundador da Escola Austríaca de Economia, em seu livro, “Princípios de Economia Política”, publicado em 1871 . E não somente por Menger, mas também pelo economista Eugen von Böhm-Bawerk, também da Escola Austríaca, na sua obra, "A Teoria da Exploração do Socialismo-Comunismo", que pode ser baixada aqui.
Tião Carreiro não frequentou escola, aprendeu a ler e escrever folheando jornais e revistas. Autodidata, aprendeu por conta própria a tocar viola e criou um estilo único e inconfundível de manusear o instrumento, estilo esse que foi seguido por inúmeras duplas sertanejas que tiveram o mestre Tião Carreiro como fonte de inspiração. Também aprimorou o estilo da cantar das duplas sertanejas, colocando ênfase na segunda voz, a mais grave como destaque, estilo também seguido por diversas duplas.
Eis aqui então a bela poesia da canção, “O Patrão e o Empregado”, uma verdadeira aula de Sociologia do Trabalho, pois a relação entre ambos se completam e é vista sob uma condição natural criada por Deus. Assim sendo, podemos dizer sim, por que não, que nessa singela melodia, Tião Carreiro e Pardinho também refutaram e com muita maestria a imaginária e ilusória luta de classes que nunca existiu na verdade, pregada pelo vivaldino Karl Marx.
Eu estava sem assunto a lei divina mandou
Passei a mão na viola o meu santo me ajudou
Pra falar de duas classes que a tempo Deus criou
Empregado e patrão ainda ninguém falou
Empregado é abençoado patrão Deus abençoou
Empregado e patrão duas linhas paralelas
Para defender os dois eu estou de sentinela
No futebol do trabalho os dois juntos faz tabela
Constrói a grande vitória que o país precisa dela
Pátria precisa dos dois e os dois lutam por ela
Empregado quando é bom o patrão é companheiro
Empregado dá suor e o patrão dá o dinheiro
O dinheiro é coisa boa pra aqueles que sabe usar
Usando só para o bem o dinheiro faz cantar
Usando só para o mal o dinheiro faz chorar
Já trabalhei no pesado, pisei descalço na neve
Hoje no braço da viola o meu serviço é mais leve
Sou empregado dos fãs que pra mim nada me deve
Eu é quem devo resposta da carta que o fã me escreve
Desde o tempo de menino conheci um velho ditado
O patrão quando é rico empregado é remediado
O que vou dizer agora eu não deixo pra depois
Quem trabalha para pobre não sai do feijão com arroz
Trabalhar pra quem é pobre é pedir esmola pra dois.
Compositores: Jose Nunes / Lourival Dos Santos
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[1] JOHNSON, Paul (1990), "Os Intelectuais", Imago
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