segunda-feira, 7 de julho de 2014

A baixa qualificação profissional continua em alta.

“A ênfase na formação cívica do aluno relega o conteúdo a segundo plano. Mas como priorizar isso se ele não consegue nem ler o jornal?”
(Nuno Crato - matemático e ministro da Educação e Ciência de Portugal).


A situação da qualificação profissional no mercado de trabalho vai de mal a pior. O Brasil passa por um déficit agonizante de seu contingente de profissionais, que abrange desde os cargos de bases operacionais atingindo até os de alta gestão a nível de gerência e diretoria. Chegou-se ao ponto da necessidade de se importar mão de obra qualificada em razão deste apagão de talentos cujo reflexo é imediato na economia do país.

De acordo com as últimas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase um terço das pessoas ocupadas no Brasil não concluíram o ensino fundamental sem sequer nenhum nível de instrução. E quanto à fatia empregada com nível superior, corresponde a apenas 14,9%.

Conforme dados auferidos pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), pessoas de 14 anos ou mais que não concluíram o ensino fundamental, respondiam por 26,9% percentual dos 90,6 milhões de ocupados até o segundo semestre de 2013. Entre as pessoas sem nenhuma instrução, o percentual era de 5,4%. E quanto aos que concluíram o ensino superior, o percentual de ocupados era de apenas 14,9% naquele período.

Num primeiro momento, essas amostras do IBGE e da PNDA tendem a apontar que o problema reside na falta de uma formação básica. Embora seja uma afirmação válida, a formação básica não resolve a questão da baixa qualificação profissional, mesmo das pessoas que concluíram o nível superior. De nada adianta a formação básica e o ensino superior sendo que a principal falha está no conteúdo do aprendizado em todos os níveis. Vejamos:

A Universidade Católica de Brasília fez uma pesquisa em quatro faculdades e seis cursos diferentes. Dos 800 universitários entrevistados, a pesquisa concluiu que mais de 50% avaliados sofriam de analfabetismo funcional, ou seja, sabem ler, mas não conseguem compreender o que lêem. É uma situação da maior gravidade porque um diploma não confere mais ao seu portador a qualificação que o mercado de trabalho exige.

O que o ocorre é que desde a década de 70, o ensino básico foi contaminado por ideologias esquerdistas e acabou se transformando em uma causa política e panfletária. O ensino de Português, Matemática, Ciências e Educação Moral e Cívica e Religião, perderam espaço para uma coisa muito vaga e sem sentido denominada “cidadania”, um termo que soa bonito, mas que não leva a nada, porém conquistou professores incautos e mal formados e até mesmo os mal intencionados. A meritocracia dos exames e sabatinas foram desgraçadamente substituídas pelo passa fácil e na proibição de aluno repetir de ano.

O economista Gustavo Ioschpe tratou brilhantemente a questão da educação no Brasil em seus dois excelentes livros, “A Ignorância Custa um Mundo”, editora Francis e “O que o Brasil quer ser quando crescer?”, editora Paralela, nos quais expõe a indigência do sistema de ensino no Brasil e propõe excelentes soluções e alternativas pedagógicas para a mudança desse terrível cenário.

Para constatar o que os alunos do ensino médio estão aprendendo, a título de ilustração, vejamos alguns pontos da Proposta Curricular de Ensino do Estado de Santa Catarina:

- Materialismo Dialético
- O Pensamento de Gramsci como síntese do marxismo
- Fundamentos Históricos da ascensão da força de esquerda no Brasil
- Marxismo
- Proletário X Burguesia
- Luta de Classe.

Como podemos observar, trata-se da mais grotesca e criminosa doutrinação ideológica (que os professores não negam, pelo contrário, fazem questão de afirmar peremptoriamente), tudo ao sabor da metodologia do vigarista e plagiador Paulo Freire.

Com uma proposta curricular de ensino rasteira como essa, explica-se os motivos de nossos alunos brasileiros freqüentarem há anos consecutivos a lanterna dos piores do mundo em português, matemática, leitura e raciocínio lógico.

Eis aqui então a origem do apagão de talentos e da baixíssima qualificação profissional. Enquanto o ensino brasileiro continuar refém de doutrinas panfletárias, esquerdistas, tacanhas e criminosas, teremos que lidar no dia a dia com um exército de incompetentes em todas as áreas profissionais. A começar pelos professores idiotas úteis em prol de uma causa inútil, verdadeiras buchas de canhão que fazem do giz e da lousa foice e martelo e da sala de aula um palanque político-ideológico. O resultado é um mercado de trabalho que espelha um quadro-negro sombrio e vazio sem nada escrito.

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