O Leviatã |
Empregadores malvadões X empregados oprimidos é um pensamento ainda bastante predominante nas relações de trabalho em pleno século XXI no qual termos como automação, digital influencers, uberização, home-office, etc. estão na ordem do dia. Faz algum sentido então ter esse tipo de pensamento? Ainda existe alguma verdade nisso? Diz um ditado que aonde há fumaça, há fogo, portanto, vamos ver até que ponto podemos afirmar que os empregadores são malvadões que exploram os empregados oprimidos e também como surgiu esse pensamento.
Desde o início do século XX, as relações de trabalho no Brasil são marcadas por uma presença sindical fortíssima e que embora nunca tenha conquistado nada no setor trabalhista faz muito barulho cantando vitórias que na verdade nunca obteve. A maioria desses sindicatos é braço político de partidos de esquerda e também do estado. Todos estão ligados de alguma maneira à internacional socialista e consequentemente permeados com a pior ideologia marxista da teoria da mais valia a qual tenta vender a ideia de que todo trabalhador é explorado pelo patrão. Nada mais falso, pois a teoria da mais valia foi refutada por diversos economistas e um dos seus principais refutadores foi o fundador da escola austríaca de economia, Carl Menger em seu livro “Princípios de Economia Política", escrito no ano de 1871. Portanto, já faz um tempão que essa teoria foi refutada, hein?
Mesmo a teoria da mais valia sendo refutada por inúmeros economistas liberais, ela ainda tem alguma força em razão da maioria dos cursos universitários na área de humanas vendê-la em seus currículos como verdade absoluta nas relações de trabalho. Somam-se a isso os capítulos e os inúmeros artigos da CLT que tratam das questões dos sindicatos e a própria Constituição Federal nos artigos 8,9, 10 e 11. Portanto, temos a seguinte equação:
teoria marxista da mais valia + sindicatos + CLT + Constituição Federal + cursos de humanas = empregadores opressores malvadões X empregados oprimidos.
Não é preciso ser expert em economia para saber que a realidade no mercado de trabalho está bem distante dessa equação acima. O Brasil é um dos poucos países do mundo, se bobear o único, aonde essa mentalidade ainda persiste, embora ela não resista a dois minutos de choques de realidade e de premissas lógicas.
Entretanto, é um erro negar a existência de empregadores que se utilizam de condutas abusivas na relação com seus empregados. Tais condutas dificilmente ocorrem em empresas de médio e grande porte que possuem os seus próprios departamentos de RH que investem espetacularmente no capital humano e na qualidade de vida de seus colaboradores. As condutas abusivas costumam ocorrer em empresas pequenas, comércio de bairros, padarias, pequenos supermercados, farmácias e no trabalho doméstico. Esses empregadores não possuem o mínimo conhecimento de práticas comerciais e da legislação trabalhista. São muito mal orientados por seus contadores. Obviamente alguns realmente são desonestos e desprovidos de ética profissional até mesmo com os seus consumidores.
Então não existe luta de classes? Mas é claro que ela existe e é composta por: empregadores e empregados X Estado! Essa sim é a verdadeira luta de classes, pois os empregadores e seus empregados estão do mesmo lado e ambos são potenciais contribuintes compulsórios ou involuntários que sustentam os cofres públicos do Leviatã. Os direitos trabalhistas tão artificiais tais como sabores de gelatina em pó (já escrevi sobre isso em diversos artigos neste blog), são pagos e bancados pelos próprios empregados. Atualmente com a informação descentralizada e distribuída, alguns já têm plena consciência disso, outros infelizmente ainda não.
Portanto, maus empregadores existem, empregados desidiosos também, no entanto, é um erro tomar isso como uma regra mas meramente como exceção. É absolutamente incorreto julgar o todo pelas partes. Como nos romances policias, o vilão está sempre oculto, disfarçado de bom moço mas que atualmente, empregador e empregado já sabem o seu nome. Ele atende pelo nome de Leviatã.
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