Por Pierluigi Piazzi (Prof.Pier)
Na realidade, hoje em dia, fala-se muito em “inteligências múltiplas”. Chega-se, até, a enumerar sete. (E há fortes suspeitas de que existam mais!).
“Inteligência”, porém, é uma só, desenvolvida harmoniosamente, em todas as suas facetas, sejam elas quais e quantas forem.
O mais correto seria falar em “módulos cognitivos” e não em “inteligências”.
Se você está curioso em saber quais são as sete facetas básicas da inteligência humana, vamos enumerá-las e descrevê-las rapidamente.
Linguística: é a que permite a recepção e transmissão da “palavra”, seja ela falada, escrita ou até “gesticulada”, como é o caso dos sinais utilizados pelos deficientes auditivos.
Quem consegue, por exemplo, entender o “internetiquês” está usando (muito mal, diga-se de passagem) seu módulo cognitivo linguístico.
Lógico-matemática: é a que permite estabelecer relações de causa e efeito, possibilitando a manipulação, inclusive, de relações numéricas, como a que foi citada há pouco.
Muitos pensam que a matemática é difícil. Na realidade, o que complica a vida das pessoas é a falta de lógica.
Musical: é a faceta da inteligência humana que faz com que sejamos capazes não apenas de produzir boa música, seja tocando um instrumento ou cantando, mas faz, principalmente, com que possamos ouvi-la, aprimorando cada vez mais nosso gosto.
E lembre-se: talento se aprende! Inclusive o talento musical!
Espacial: é a habilidade de se orientar no espaço, imaginar objetos e saber relacionar uma planta ou um mapa com o objeto real nela representado.
Qualquer pessoa deve saber, no mínimo, para onde aponta o norte, em qualquer momento e em qualquer lugar. Se ela não souber, é uma “desnorteada”!
Psicocinética: é a habilidade que permite dominar o próprio corpo e seus movimentos. Você é capaz de escrever tanto com a mão esquerda quanto a direita?
Você tem boa pontaria? Sabe andar de bicicleta ou de patins? Em quanto tempo você é capaz de separar as cartas pretas das vermelhas de um baralho?
Você consegue fazer uma mão girar no sentido horário e a outra no anti-horário?
Interpessoal: é a faceta da inteligência que permite seu relacionamento com outras pessoas.
Se você já ouviu expressões como “liderança”, “carisma”, ‘trabalhando em equipe” etc., saiba que elas se referem justamente a esse tipo de módulo cognitivo.
Intrapessoal: A famosa frase usada pelos filósofos gregos “conheça a si mesmo” (Γνώθι σαυτόν), refere-se justamente a esse tipo de habilidade. Essa última faceta é, talvez, a mais importante, pois quanto mais você se conhecer, mais vai poder se desenvolver.
Como você deve lembrar, já comentamos a armadilha na qual caiu o (a) pobre coitado (a) que diz absurdos do tipo “eu não gosto de matemática e nem preciso dela; eu sou da área de humanas”!
Pois se trata de alguém que achou muito mais cômodo e gratificante dedicar-se mais àquelas facetas de sua inteligência nas quais encontrava mais facilidade, negligenciando as que requeriam algum esforço.
Esse tipo de preguiça (sim, trata-se de preguiça mental e não “falta de trabalho”, “falta de vocação” ou outra desculpa esfarrapada qualquer) produz pessoas com deficiências mentais permanentes. Não confundir, como muitas pessoas fazem, infelizmente, deficiência mental (cérebro sadio e mente mal estruturada) com deficiência neurológica (tecido cerebral com problema).
Portanto... cuidado! Não caia nessa armadilha!
Conversei, uma vez, com uma pedagoga (cujo nome omitirei por compaixão) que teve um papel importante numa das frequentes (e ineficientes) reestruturações que o Ministério da Educação (MEC) promove periodicamente.
Lá pelas tantas, ela me sai com a seguinte pérola: “Eu nunca consegui aprender matemática, física e química, e isso não me fez a menor falta, pois hoje, apesar disso sou uma mulher extremamente bem sucedida”!
Além de admitir ser uma deficiente mental... tem orgulho disso! E o pior é que a educação brasileira está na mão de pessoas desse tipo!
Portanto, lembre-se: você deve desenvolver todas as facetas de sua inteligência, sem deixar nada de lado. Por isso é que o módulo intrapessoal, ou seja, a habilidade de auto-análise, talvez seja o mais importante, pois é o que desencadeia a melhoria dos outros.
Afinal, ao se autoanalisar, é que você pode tomar consciência de suas falhas, onde se localiza sua deficiência. E, consequentemente, poderá planejar as medidas necessárias para diminuí-la.
Acho que, a essa altura, você já percebeu que se tornar mais inteligente, no fundo, é se tornar menos burro. Ignorante é o que não sabe...burro é o que não quer saber!
Agora, uma coisa que você deve colocar em sua cabeça como a mais importante de todas:
SÓ DEPENDE DE VOCÊ!
*Texto extraído do livro, Aprendendo Inteligência, de Pierluigi Piazzi (Prof.Pier), editora Aleph.
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