Eu poderia escrever aqui um longo artigo sobre as muitas vantagens do trabalho na modalidade Home-Office, como já escrevi alguns. Nada como estar perto dos familiares, evitar o trânsito caótico, a ineficiência dos transportes coletivos, chegar suado no trabalho ou com a roupa encharcada nos dias chuvosos, as questões de alimentação, etc. Por outro lado, o empregador também se beneficia muito dessa modalidade ao economizar despesas, tais como aluguel, mobília de escritório, energia elétrica, vale transporte, internet, hora-extra, etc. No entanto, será que para ambos, o trabalho em Home-Office é tão vantajoso assim?
A presença física do empregado no ambiente de trabalho é essencial para si próprio. Se considerarmos algumas razões (e que não são poucas!) que justificam a sua presença física na empresa, vamos analisar neste artigo apenas duas das mais importantes: a social e a profissional. Vejamos:
Da interação entre os colegas de outros departamentos pode nascer uma sincera amizade para a vida toda. Os melhores amigos que fiz foram justamente no ambiente de trabalho, muitos deles mantenho contato até hoje, são relações de amizade que já duram há anos. Conheço colegas de trabalho que hoje são sócios em empreendimento comercial muito bem sucedido. Naturalmente que um desafeto ou outro sempre vai existir no ambiente corporativo, no entanto, as sólidas relações de amizade e afinidades suplantam de longe qualquer desafeto passageiro.
Quanto à perspectiva profissional então nem se fale. A interação entre colegas de outros departamentos representa um crescimento profissional que não tem preço. O intercâmbio de informações e as rotinas de trabalho vão impactar, compor e melhorar a expertise do funcionário que curso algum poderia lhe passar. A melhor escola de aprendizagem, desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional sempre foi a prática da profissão no dia a dia e interagindo com os colegas de trabalho.
A visibilidade do empregado é um fator fundamental. As chances de oportunidade de promoção ou até mesmo fazer uma bela carreira na empresa são muito mais concretas quando o empregado está presente. Aquele funcionário solícito, colaborativo com os colegas, criativo, participativo e que sempre tem ideias e sugestões para melhorar a produtividade de seu departamento, numa palavra, aquele que faz a diferença, esse tipo de funcionário todo empregador sempre quer tê-lo por perto. Esse funcionário tem grandes chances de fazer carreira na empresa, entretanto, se ele trabalha em Home-Office, essa modalidade poderá ser uma barreira e ofuscar o seu crescimento profissional dentro da empresa.
O empregador é sempre quem determina se o funcionário trabalhará pela modalidade Home-Office ou não, conforme as suas necessidades. Em semana de cinco dias, normalmente são três dias em casa e dois presenciais ou vice versa, tanto faz, pois a opção do empregador sempre visará o fator econômico que mais lhe compete. Para o empregado, laborar em casa lhe traz conforto e muita comodidade, por outro lado, há perda de visibilidade e poucas chances de crescimento profissional e promoção; para o empregador há uma economia de gastos considerável, por outro lado, poderá haver perda de produtividade, eficiência e excelência profissional.
Isto posto, entendo que a modalidade Home-Office é mais adequada para profissionais sem vínculo empregatício que atuam como PJ ou autônomos, por exemplo, na prestação de assessoria ou consultoria de serviços jurídicos, financeiros, administrativos, etc. O trabalho presencial na empresa desses profissionais deve ser bem reduzida por motivos óbvios. Já para o trabalhador com vínculo empregatício e que normalmente tem objetivos de crescimento na carreira profissional e obter promoções, o trabalho presencial é praticamente fundamental para atingir esse fim.
E então? Ou conforto de um cappuccino fumegante laborando na sala de casa mas com poucas chances de desenvolvimento profissional ou o trânsito caótico, roupa encharcada, chefes mal humorados, porém com uma forte perspectiva de crescimento profissional.
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