A política das cotas (também chamada “ações
afirmativas”) está na ordem do dia, não se fala em outra coisa. Seja em
escolas, universidades, nos concursos públicos e nos empregos da iniciativa
privada. O governo cada vez mais quer empurrar goela abaixo o que já se
demonstrou um verdadeiro fiasco aonde foi aplicado. É isso que mostra
brilhantemente o economista e pesquisador Thomas Sowell em seu esplêndido
livro, “Ação Afirmativa ao Redor do Mundo-Estudo Empírico” (Editora UniverCidade).
O autor traçou minucioso mapa dos cinco principais
países, Índia, Malásia, Sri Lanka, Nigéria e Estados Unidos, nos quais
políticas de ações afirmativas foram aplicadas maciçamente durante anos. Ao
contrário do esperado, causaram guerras civis, sofrimento aos seus povos, com
efeitos nefastos e irreversíveis a médio e a curto prazo, além de não ter obtido
sucesso na redução do índice de pobreza.
As conclusões apontadas são as mais sombrias
possíveis. Ações afirmativas são políticas de altíssimos custos que recaem
sobre a população geral, sendo que, o que uma pequena minoria ganha é bem
ínfimo em relação ao que a maioria perde. Além disso, não há resultados
empíricos positivos demonstráveis que possam comprovar a eficácia das políticas
de cotas, nem tampouco interesse em verificar as conseqüências desastrosas,
seja lá em quaisquer dos segmentos das ditas “minorias” segregadas.
Para aplicação dessas ações afirmativas, argumentos
falaciosos são usados, tais como, a reparação por injustiças do passado
cometidas contra alguns desses grupos. Vejamos o que diz Sowell a respeito
disso:
“Tem havido também uma
dimensão moral nessas ilusões, a saber, a hipótese de que hoje podemos
ressarcir os indivíduos pelo que foi feito a grupos no passado, que podemos
consertar, atualmente, males causados a pessoas mortas há muito tempo. Por
terrível que possa ser o reconhecimento disto, todo mal perpetrado em gerações
passadas e há séculos permanecerá sendo um mal indelével e irrevogável, o que
quer que possamos agora fazer. Atos de expiação simbólica entre os vivos apenas
criam novos males.”
A política de cotas ao fazer o nivelamento por
baixo, joga o mérito individual na lata do lixo. É sempre bom lembrar que as
pessoas são naturalmente diferentes nas suas vocações e talentos próprios, que
são intransferíveis. Os negros americanos venceram por mérito próprio,
sobretudo na música (Jazz, principalmente) e nos esportes (basquete) muito
antes da instituição das políticas afirmativas do governo. E quanto a isso, nem
uma palavra foi dita, porque esforço e mérito próprios não se transformam em votos. Justamente
pela sua ineficácia, nos Estados Unidos, a política de cotas foi totalmente
banida nas universidades.
Está comprovado que o aumento quantitativo não
eleva o desempenho qualitativo. Por isso, a política de ações afirmativas
interessa principalmente aos políticos em busca de votos, ativistas políticos recalcados
e pseudo-intelectuais vigaristas de esquerda (só podia ser) que adoram culpar a sociedade pelas mazelas naturais.
Ações afirmativas é mais um produto do marxismo cultural e do politicamente
correto. Deixo a palavra final com Thomas Sowell:
“Se estudar História é
umas formas de não repeti-la, há muito da história da política de ação
afirmativa ao redor do mundo que jamais deve ser repetido. Em muitos países,
países demais, essa política resultou em benefícios relativamente pequenos para
uns poucos e problemas enormes para a sociedade toda.”
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