A razão da indicação deste livro é a sua obrigatoriedade de leitura para todos os profissionais que atuam no setor de Recursos Humanos ou no setor administrativo. É preciso entender as razões que muitas empresas, sobretudo as multinacionais e demais grandes corporações aderiram às políticas identitárias, ao politicamente correto e outorgaram as mais diversas pautas progressistas embaladas em atrativas denominações tais como, justiça social, inclusão, multiculturalismo, ambientalismo (mudanças climáticas) numa simbiose suspeita e para lá de duvidosa com governos ditos progressistas.
Os autores mergulharam numa pesquisa documental monstruosa traçando um gigantesco panorama da questão que teve o seu início na década de sessenta nos campis universitários, sobretudo nas ciências humanas, embora, atualmente as exatas e biológicas também já estejam contaminadas. Começa com os efeitos da Escola de Frankfurt passando por Michel Foucault, Jaques Derrida, Jean-François Lyotard, construtivismo e relativismo cultural, pós-modernismo para finalmente tomar forma numa espécie de ideologia denominada "Teoria" que nada mais é do que o a teoria pós-modernista aplicada na prática como feroz ativismo político irracional e anticientífico.
A Teoria se divide em quatro partes: Teoria pós-colonial, Teoria Queer, Teoria Crítica da Raça e Interseccionalidade e Feminismo e estudo de gênero. Todas são explicadas detalhadamente no livro. Nomes como Judith Butler, Patricia Hill Collins, Kristie Dotson, Miranda Fricker, Nancy Tuana e Robin DiAngelo são as principais fontes, elaboradoras, defensoras e ativistas dessas teorias que nascem nas academias.
Os professores acadêmicos são os primeiros a fazerem a adesão a tais teorias com uma influência brutal e até mesmo ameaçadora sobre os estudantes rejeitando in limine qualquer manifestação de oposição às teorias. Evidências científicas, a razão e a lógica de nada valem como argumentos válidos e legítimos contra tais teorias, o que vale é a adesão cega como um seguidor fanático de seita pronto a difundir pela vida os dogmas da Teoria, seja na vida pessoal, no lazer e no trabalho.
O resultado na prática são os cancelamentos de pessoas por qualquer afirmação e expressão de opiniões que elas façam e que não estejam de acordo com a Teoria, o policiamento da linguagem, perseguições e exclusão de conteúdos nas redes sociais com o banimento de seus canais e perfis, lacração infinita e até mesmo demissões sumárias de funcionários que não estejam afinados com essa perversa ideologia.
Os militantes dessas teorias já confessaram diversas vezes que não importam as evidências científicas, não estão interessados em razão ou argumentações lógicas, o que vale é a narrativa pura e simples embalada em perfumaria barata de nomes atrativos. O que importa é converter tudo em luta e ativismo político na forma de cancelamento de pessoas, policiamento da linguagem, ter muito cuidado no que fala (perda da espontaneidade), fazer sentirmos culpado o tempo todo por algo que não cometemos, por sermos devedores de uma dívida que não fizemos e até mesmo culpados por existirmos.
Os autores concluem que a Teoria nada mais é do que uma nova religião dogmática hostil à razão e às verdades objetivas, não admite refutação ou discordância de qualquer tipo. Difunde-se através de seus militantes com “zelo evangélico por meio de diplomados e, sobretudo, através das redes sociais e do jornalismo ativista". Eu diria também que aqui no Brasil o poder judiciário é um dos seus principais propagadores, aliás, pode-se dizer que o ativismo judicial já se tornou uma tendência em diversos países.
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