Quando na copa do mundo de 2014 a seleção brasileira de futebol sofreu aquele fatídico placar de 7 a 1 da seleção alemã, ao término do jogo a primeira palavra que o técnico Luiz Felipe Scolari proferiu foi: “a culpa foi minha”, além de se manter presente o tempo todo após a derrota, consolar e receber até o último jogador em campo. Foram gestos e atitudes dignas de um treinador (ou chefe de equipe), aliás atitudes como essas é o mínimo que se espera de quem está no comando. Sair à francesa é como um capitão que pula do barco quando ele está afundando deixando todos os outros à deriva.
Ora, se um gestor se faz sempre presente quando recebe as devidas e merecidas láureas pelo sucesso de sua equipe, por que ele sairia de fininho, à francesa quando a missão ou a tarefa não foi bem sucedida? Naturalmente que existem as responsabilidades individuais de cada um, ou seja, algum colaborador se equivocou em algum momento da tarefa, algo deu errado, seja por mau planejamento ou equívocos cometidos de táticas ou estratégias. No entanto, é óbvio que a responsabilidade por não atingir a meta cabe ao gestor, ao líder. Ele ganha para isso caso contrário não seria gestor.
Um líder tem que ter o preparo suficiente para lidar tanto com a fama por ser um bom líder , bem como, pelo insucesso de alguma missão não cumprida. Não é à toa que o seu salário é consideravelmente maior do que os seus liderados, seu cargo é de confiança e como tal ele usufrui dos privilégios que são concedidos a quem exerce cargos de liderança. A presença do líder e a atitude de assumir responsabilidades nos momentos de derrota são necessárias sobretudo, como um bom exemplo a ser seguido pelos seus liderados. Uma equipe sempre se sente desconfortável quando seu líder dá sinais de se acovardar diante de derrotas.
Quem não se lembra do reality “O Aprendiz”? Embora e infelizmente não seja mais exibido no Brasil, o programa faz estrondoso sucesso em diversos países, sobretudo na Inglaterra, apresentado pelo carismático Lorde Alan Sugar. Em praticamente 95% dos casos de equipes que falham nas tarefas, o líder sempre assume a responsabilidade pela derrota ainda que ele não tenha culpa direta e na maioria das vezes recebe o fatídico “you’re fire!”, de Lorde Sugar. Lembrando que quando a equipe é vencedora, o líder também é festejado como um bom líder. O reality "O Aprendiz - The Apprentice" é uma verdadeira escola de como ser um bom ou mau líder.
Não há dúvida alguma que o técnico Tite da seleção brasileira falhou no comando. Não é a sua capacidade profissional que está sendo colocada em dúvida, mas a sua atitude como gestor. Naturalmente que derrotas também fazem parte do jogo, pois na disputa entre dois times pela vitória um deles terá que perder. O que importa é a atitude do gestor diante da derrota. Um capitão não pode pular do barco, um maestro não abandona a orquestra e nem o general deixa os seus soldados na mão. Entretanto, Tite nos deu uma inestimável lição, a saber: como um líder não deve agir diante de uma derrota: sair de fininho e largar sua equipe em campo como ele o fez!
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