Entre os horários 11:00hs e 13:00hs, todos os dias nas grandes capitais, vemos pelas ruas funcionários de diversas empresas se dirigindo aos restaurantes e lanchonetes para fazerem as refeições da pausa para o almoço. E um detalhe que já há algum tempo me chama a atenção é aquele acessório que fica pendurado no pescoço de cada um, o famoso crachá todo colorido. Até aí normal, o problema começa quando é possível enxergar o nome da empresa para qual trabalham, a revelação de seus nomes completos e os respectivos cargos de cada um. O que leva esses funcionários a essa exposição de dados de maneira desnecessária?
Bem, os motivos podem ser os mais diversos. Trabalhar para uma empresa líder no mercado, por exemplo, a Apple, pode dar um sentimento de satisfação e pertencimento ao funcionário que exibirá orgulhoso o nome da empresa em seu crachá pelas ruas. Ocupar um cargo importante a nível de gerência ou supervisão também confere ao funcionário um sentimento de poder e status social. Mas também pode ser por praticidade ou porque muitas pessoas também usam assim exibindo todos os dados seja o nome da empresa, o nome completo da pessoa e o cargo que ela ocupa. Vejamos as implicações desse (mau) hábito:
O funcionário perceba ou não, ele está fazendo indiretamente merchandise da empresa gratuitamente, mas até aí nada contra. Um funcionário gostar tanto da empresa para a qual trabalha a tal ponto de fazer um merchandise “na faixa” sem mesmo a empresa pedir a ele que o faça, não há problema algum. O problema começa com a exibição do nome completo, o cargo ocupado e a localidade aonde a pessoa trabalha. É difícil notar quem poderá estar nos observando ou espionando e com quais intenções. Normalmente, as intenções de quem nos espiona na surdina nunca são nada boas. Pode ser um desafeto antigo, um stalker, alguma cizânia antiga mal resolvida, enfim, como diz o velho ditado, “o seguro morreu de velho”.
O uso do crachá com os dados da pessoa expostos, seja na hora do almoço ou no caminho de volta para casa, além de deselegante, e vamos combinar, não é um acessório que combina com a indumentária, deve estar virado para dentro ou guardado dentro do bolso. Não importa se a pessoa trabalhe na Apple, seja um supervisor de azeitonação ou gerente geral zimbrador (e sim, acreditem, já vi esses cargos em crachás mas não faço a mínima ideia o que eles fazem, ainda estou pesquisando mas está difícil descobrir), é de bom tom que o crachá esteja oculto de uma forma ou de outra, guardado no bolso ou virado junto ao corpo com os dados da pessoa que o carrega ocultos.
Devemos prezar pelo sigilo de nossos dados pessoais, inclusive existe a Lei de Proteção de Dados-LTD, nº 13.709/2020 que protege justamente a nossa privacidade individual e também trata da inviolabilidade à intimidade. Nossos dados profissionais bem como nossa localidade de trabalho não interessam a estranhos, salvo nas práticas comerciais de consumo nas quais podemos fornecê-las e olhe lá. A sua profissão ou que você faz não faz diferença, mesmo porque não é a profissão que defini uma pessoa, muito menos o seu crachá colorido. O uso do crachá é importante nas dependências da empresa, nas ruas, é sempre bom reafirmar, deve ter os dados pessoais ocultos ou deve ficar muito bem guardado dentro do bolso. Curiosos e desocupados sempre dispostos a espionar os outros é que não faltam por aí.
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