segunda-feira, 13 de julho de 2020

O que você faria se testemunhasse seu colega de trabalho furtando produtos?

Essa é uma pergunta que muitos recrutadores fazem na entrevista de seleção. Eu mesmo já a fiz para alguns candidatos. Não há muita variação nas respostas, algumas poucas até são bem intrigantes e criativas. Mas existe um padrão de resposta entre elas, uma que mais se repete. É aquela que o candidato diz que falaria com o colega e tentaria convencê-lo a devolver o produto. Será mesmo que ele faria isso ou conseguiria obter do colega uma atitude positiva? Vejamos:

Um estudo elaborado pela Associação Brasileira de Segurança Orgânica-ABSO,  apontou que 5% dos empregados furtariam o lugar no qual trabalham se enxergassem uma oportunidade. De acordo com a pesquisa, o setor de farmácias/drogarias é o que mais revela prejuízo causado pelo furto de funcionários.

Muitas vezes, o que constatei na prática, é que o furto pode ser consequência de raiva ou vingança motivadas por situações ocorridas no próprio ambiente de trabalho. Por exemplo, uma discussão ou uma advertência equivocada poderá gerar um ato inconsequente do empregado que pode culminar em depredação de material ou mesmo em furto. Nem sempre houve a intenção real de furtar.

Conforme dados apurados, a ABSO listou alguns dos principais motivos que fazem o funcionário furtar:

- Por ser ganancioso e querer ter mais dinheiro do que o salário que recebe.
 
- Casos extremos de necessidade.
 
- Facilidade em cometer furtos sem ser descoberto.
 
- Quando percebe que outros funcionários também furtam e não são pegos.
 
- Por uma falta de política clara da empresa sobre o que é ou não permitido.
 
- Quando o funcionário vê que o dono da empresa age de forma ilícita e resolve seguir seu exemplo.
 
- Falta de comprometimento com a organização.
 
- Por considerar que o salário que recebe é injusto e muito abaixo do que deveria.

Também segundo a pesquisa, os produtos mais visados nas empresas das mais diversas atividades são os seguintes:

Celular, games, cds, pilhas, goma de mascar, lâmina de barbear, desodorante, analgésico, camisa de futebol, meias, tênis. Podemos acrescentar também a apresentação de notas fiscais frias para o reembolso de gastos, uma situação comum que ocorre com empregados que viajam constantemente ou executam serviços externos.

Ocorre que no momento da entrevista, situação na qual o candidato está tenso, ele poderá dar uma resposta que não necessariamente corresponderia numa situação real e futura. O candidato sempre procura agradar o entrevistador respondendo o que ele acha que o entrevistador quer ouvir.  Voltemos então à pergunta: o que você faria se testemunhasse seu colega de trabalho furtando produtos?

Bem, naturalmente que nessa questão não existe uma resposta certa ou errada, porém ela deverá estar alinhada ao cargo pretendido. Ela terá desdobramentos inimagináveis e que inevitavelmente revelará o caráter, a atitude e a inteligência do candidato. Portanto, a resposta que o entrevistador quer ouvir sempre diz respeito à conduta ética do profissional somada à política cultural da empresa.

E então? O que você responderia? Que atitude você tomaria?

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