segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Trabalhar em equipe e a capacidade para lidar com problemas começam em casa



Praticamente em cem por cento dos anúncios recrutando cargos de gestão, gerência, chefia ou supervisão exige que o candidato tenha habilidade para trabalhar em equipe bem como, possuir capacidade para lidar com as mais diversas questões incômodas no ambiente de trabalho. O trabalho em equipe e a liderança são duas características que se conectam uma com a outra, porém não estão disponíveis para quem quiser tê-las a qualquer momento. Não, não estão porque elas começam a brotar dentro de cada um ainda na tenra infância. Sim, elas começam em casa no convívio da família.

A pessoa poderá gastar uma fortuna fazendo cursos e mais cursos de liderança que a capacitará para liderar uma equipe de maneira eficiente e que até poderá trazer um resultado satisfatório porém, um tanto quanto artificial. Todavia, não se compara com uma pessoa que já traga consigo um arsenal de experiência de vida adquirida em casa desde cedo. Vejamos então algumas características básicas que um colaborador precisa possuir para interagir positivamente em sua equipe:

- boa dinâmica de comunicação entre as partes

- compartilhar conhecimentos ou know-how com o colega

- auxiliar no processo de resolução de tarefas e situações complicadas

- respeitar os limites do colaborador

- gerenciamento de conflitos

- proatividade

Pode ser óbvio demais o que vou dizer, mas a capacidade de trabalhar em equipe e lidar com questões incômodas é um conjunto que agrupa características pessoais que se desenvolvem em casa, no âmbito familiar. Como? Desde cedo aprender a assumir responsabilidades, deveres e obrigações e aprender o máximo de tarefas e atividades possíveis. Vejamos:

Começando por ser prestativo, acordar cedo, preparar o café, arrumar e limpar o próprio quarto, lavar o banheiro, se oferecer para lavar a louça, aprender a cozinhar (só o churras do final de semana e o famigerado miojo, não vale, isso qualquer um faz), cuidar do jardim, carpir o mato do quintal. Planejar o próprio espaço para estudo e pesquisa, montar uma biblioteca pessoal, se interessar por algum (ou alguns) hobbies. Prestar serviço voluntário na comunidade (ou igreja, se for o caso) do bairro, cuidar da aparência, etc. E sim, algumas dessas atividades vão gerar um certo desconforto, mas é justamente aí que está o pulo do gato! Ter a experiência de viver situações desconfortáveis é que vai capacitar a pessoa para suportar e solucionar as mais incômodas situações quando estiver liderando uma equipe.

Na prática o que ocorre conforme o tempo passa é a melhora da percepção da realidade, um senso sólido de segurança, autonomia, autoconfiança pessoal e satisfação pela realização dessas atividades. E aqui vale até dizer que no caso dos homens que são selecionados para prestar o serviço militar, aquele que chega ao quartel sem nada saber fazer, nem mesmo saber engraxar o seu próprio coturno vai sofrer muito nas mãos do sargento; já aquele que chega preparado possuindo diversas qualificações terá muita vantagem em relação aos outros que chegam crus.

E são justamente essas características citadas, ou seja, segurança nas atitudes e ações, autoconfiança, boa percepção da realidade, suportar situações incômodas e satisfação na realização de tarefas que significam a capacidade de trabalhar em equipe e que com certeza contribuirão para formar um destacado líder.

Por outro lado, a pessoa também tem a opção de não fazer nada disso. Ela pode optar por ficar no quarto jogando, assistindo TV infinita, se entupindo de batata frita com ketchup ou pacotes de biscoitos recheados (aqueles que todo mundo conhece muito bem, argh!), deixando toda sujeira produzida por ela mesma para outra pessoa limpar, seja a sua mãe ou a empregada. Porém, praxeologicamente, ações têm consequências e há um preço para essas escolhas. O preço é nunca exercer um cargo de liderança e se contentar com cargos de retaguarda. E também nunca pensar em ter o próprio negócio porque ela vai falhar, miseravelmente!


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