Este
ano comemora-se (?)70 anos da criação dessa excrescência ainda em vigor
denominada Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Mas quem é que vai brindar
essa comemoração? Os trabalhadores? Não! Os empregadores? Muito menos ainda.
Quem tem motivos de sobra para comemorar é uma entidade abstrata chamada
Estado, ou para quem preferir, o governo.
Já
tratei aqui e em diversos outros artigos sobre a origem desse diploma nefasto,
que nada mais é do que um fac-símile da Carta
Del Lavoro fascista elaborada por Benito Mussolini e seus séquitos.
Acontece que o fascismo naufragou na Itália, ainda bem, e por aqui continuou e
continua a fazer história através da CLT. Pelo andar da carruagem vai continuar
ainda por muito tempo, haja vista que ninguém se habilita a rasgá-lo em mil
pedacinhos e jogá-lo na lata de lixo da história definitivamente.
E
por que somente o governo tem motivos para comemorar? Simplesmente porque é
através da CLT que ele detém absolutamente o monopólio das relações do trabalho
por meio de regulamentações que, conseqüentemente, geram uma usina de atuações
trabalhistas e multas nababescas contra empregadores, sobretudo micros e
pequenos empresários (os que mais geram empregos) para sustentar cabides de
emprego, mimos e regalias de servidores públicos. Somente a Justiça do Trabalho
consome no mínimo 50% dos gastos do Poder Judiciário e é bom sempre lembrar que o Brasil é o único país do mundo aonde
existe Justiça do Trabalho.
Antes
da CLT, as relações de trabalho no Brasil iam muito bem, obrigado, sobretudo no
período que compreende o final do século dezenove até o ano de 1930, quando
então foi criado o Ministério do Trabalho que já começou mal e infectado de
assessores marxistas. O trabalho acabou virando bandeira ideológica esquerdista
e assim é até hoje. Que o digam os sindicatos e a CUT. Se era para a CLT colocar um ponto final na
sanha esquerdista, acabou fomentando mais ainda o gigantismo estatal que
considera, vejam só que maravilha, o trabalhador desprotegido dos “malvados”
empresários capitalistas. O trabalhador é considerado hipossuficiente, incapaz
de ser dono de seu próprio nariz e por isso, papaizão Estado o protegerá das
garras afiadas do empregador! Não é lindo isso?
Entretanto,
o trabalhador mais atento, esclarecido, aquele que lê, estuda e pesquisa, com
certeza não admite ser tratado pelo Estado como deficiente mental e incapaz de
gerir sua própria carreira profissional. É Claro que existem aqueles pilantras
que, ao invés de trabalho, almejam apenas um emprego e que numa simples
brincadeira entre colegas de corporação ao serem chamados de gordinhos ou
fresquinhos, recorrem ao paizão (ou seria padrastão?) Estado para pedirem
indenização milionária por danos morais, claro, com toda assistência de rábulas
trabalhistas que agora invocam o uso do Direito “alternativo”, ou seja, o
Direito emergente ou achado na rua.
Os
rábulas trabalhistas dizem que a flexibilização da CLT irá esvaziar os direitos
dos trabalhadores. Ora, mas por que o trabalhador necessita de direitos
sancionados por algum governo ou pela CLT? A mão de obra seja ela braçal ou
intelectual não deixa de ser um produto à venda e como tal pode e deve muito
bem ser conduzida pela própria economia de livre mercado, sem nenhuma
necessidade de leis ou intervenção governamental. Aquele profissional mais bem qualificado
levará vantagem no mercado de trabalho, o que forçará, por conseguinte, que os
menos preparados invistam mais em cursos profissionalizantes e estudos gerais.
Não é preciso 922 artigos da CLT regular a vida do trabalhador, pois este não
precisa de proteção estatal, o Estado é que o faz acreditar que sim tratando-o
como um débil mental incapaz de decidir a sua própria vida.
É
iminente que as relações de trabalho se tornem independentes e se desvinculem
das regulamentações estatais e dos sindicatos. O trabalho não pode ser refém da
política para se tornar bandeira de ideologias esquerdistas. A despolitização
das relações de trabalho movimentará centenas de milhares de postos de
trabalho. Essa despolitização só será possível com as extinções do Ministério
do Trabalho, da Justiça do Trabalho, da CLT e de uma reforma geral do
sindicalismo com total esvaziamento de suas políticas salariais. Segundo as
estatísticas, a CLT ainda é o principal obstáculo responsável pelo desemprego e
um forte estímulo à informalidade.
Os
órgãos e conselhos de classes profissionais ganhariam mais força não para
regulamentar, mas no sentido de fiscalizar e gerir os assuntos pertinentes ao
exercício das profissões. A filiação aos sindicatos seria facultativa e as
contribuições em espécie, voluntárias. Caberia aos sindicatos cuidar apenas de
colônia de férias para seus associados, oferecerem serviços de odontologia e
manter salões de barbearia. E olhe lá!
Mas
um grande problema é que os direitos trabalhistas que o governo achou e decidiu
por bem serem básicos, estão engessados e assegurados pela Constituição Federal/88
(a “cidadã”) através de seu artigo 7º, seus 34 incisos e um parágrafo único que
trata do trabalho doméstico. Pouquíssimas pessoas sejam elas empregados ou
empregadores se dão conta disso. Esses direitos (alguns absurdamente
descabidos) já são mais do que suficientes e se repetem na CLT. Para que então,
CLT? Este diploma sinistro representa a maior intervenção estatal na vida
profissional dos indivíduos que não podem abrir mão de qualquer direito que
seja em prol da empregabilidade, e um cavalo de tróia dentro das empresas
pronto para sair dando coices quando menos se espera.
Comemoração? Somente quando
a CLT, a Justiça do Trabalho e o Ministério do Trabalho serem extintos. Na
festa de comemoração da sinistra CLT, quem comemora e assopra as velinhas do
bolo como sempre é o governo. Tem sido assim há 70 anos e assim será não se sabe
mais por quantos. Lamentável e deplorável. O trabalhador que se presta a
comemorar o aniversário da CLT das duas uma: Ou é um bobalhão ocioso que não
gosta de ler e pesquisar a história do trabalhismo no Brasil ou é mais um
engajado inocente útil em prol de uma causa inútil.
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