segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Leitura Recomendada: Maquiavel Pedagogo - ou o ministério da reforma psicológica (Pascal Bernardin)

Título: Maquiavel Pedagogo - ou o ministério da reforma psicológica
Autor: Pascal Bernardin
Páginas: 160
Editora: Vide Editorial
Ano: 2013

Esse é um livro que jamais o seu professor da faculdade irá recomendar, pelo menos por dois motivos: o primeiro, certamente por desconhecimento da publicação do livro ou mesmo por ócio intelectual; o segundo por ser ele próprio um dos principais agentes envolvidos na gravíssima questão abordada por Bernardin, que é: a abolição do ensino cognitivo e intelectual por uma educação universal e globalizada.

Bernardin é um jornalista francês, engenheiro e professor de Ciência da Computação na Universidade de Aix-Marseille III. Há anos é contumaz pesquisador e estudioso dos temas globalismo, política internacional, educação e meio ambiente. Maquiavel Pedagogo é um livro diferente no qual Bernardin reuniu e transcreveu os mais importantes documentos, atas e resoluções da Unesco, da OCDE, do Conselho da Europa (Council of Europe),do IUFms, entre outras instituições que ditam as normas e diretrizes progressistas para uma educação universal ou globalizada.

O início se dá no ano de 1964, quando a Unesco publica um documento denominado “A Modificação das Atitudes”, em escala internacional. O documento conclama políticos, líderes comunitários, imprensa, intelectuais, professores e artistas “formadores de opiniões” de prestígio para o engajamento nessa empreitada. 

Daremos agora um salto para o mês de Março de 1990, ocasião em que na Tailândia é aprovada a Declaração Mundial Sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien) a qual o Brasil aderiu através do Ministério da Educação.

Vejamos agora alguns pontos desses documentos:

"- Formação política dos educadores como agentes de transformação através de cursos sistemáticos e reciclagens constantes em doutrinação coletivista e revolucionária. A formação deve ser extensiva também aos funcionários de todos os estabelecimentos de ensino.

- Romper com a tradição do ensino clássico (considerado elitista)

- Reescrever a História 


- Substituição do ensino cognitivo pelo engajamento político.

Manipulação Cultural com incentivo ao multiculturalismo".

São os principais pontos chaves (entre muitos outros) dessas resoluções que buscam o desmoronamento do nível escolar e refundam a redefinição da escola e do ensino. Propõem a modificação de atitudes, opiniões, comportamentos, crenças e conduta através das Ciências Sociais, sobretudo utilizando as disciplinas de Psicologia Social e Sociologia.

Utilizam técnicas clássicas de manipulação respaldadas pelos trabalhos dos psicólogos Robert-Vincent Joule e Jean-Léon Beauvois, que escreveram o polêmico “Tratado de Manipulação” (traduzido no Brasil pela editora Novo Conceito com o título, "Como Manipular Pessoas); além de Charles Kiesler , Leon Festinger (Dissonância Cognitiva) e demais técnicas atuais de programação neurolinguística.

Vamos citar um pequeno trecho de uma resolução da Council of Europe:

“A formação deve permitir que os estudantes tomem consciência de seus próprios comportamentos e valores. É preciso incitá-los a analisar e a modificar estes na perspectiva de seu desenvolvimento pessoal. Seria necessário que a formação aprimorasse a aptidão dos estudantes para incutir uma inteligência internacional em seus alunos e prepara-los para trabalhar numa sociedade multicultural (Conselho da Europa).”

Agora, um trecho de um artigo publicado em Junho de 1992 no jornal Le Figaro, sobre os efeitos dessas diretrizes:

“Desde já, a reforma vem gerando um recuo dramático no ensino da cultural geral no primeiro ano do ensino médio. Visando a introduzir o ensino não cognitivo e os métodos pedagógicos ativos nas salas de aula, ela limita muito severamente as opções e o tempo dedicado à cultura clássica. Enfim, mencionamos que os universitários, ainda que, por ora, em menor medida, são do mesmo modo atingidos pela revolução pedagógica.”

Parece até que estamos falando do ensino no Brasil. Mas é evidente, o Brasil também aderiu a essas diretrizes educacionais pautadas pela Unesco e pela Council of Europe há muitos anos, diretrizes essas que resultam num absurdo totalitarismo pedagógico que aboliu o raciocínio lógico, a matemática, a língua culta, a leitura e o ensino clássico. Paulo Freire apenas fez a lição de casa como manda as resoluções. O resultado disso o mercado de trabalho conhece muito bem.

E aonde nós, profissionais de RH entramos nisso?  E aqui segue mais um trecho do livro e que nos dará a resposta:

“A revolução psicológica é veiculada, inicialmente, pelo sistema educacional. Muitos outros domínios são igualmente envolvidos nessa tarefa, tais como, a mídia, a administração de empresas e a gestão de recursos humanos (grifo meu), os setores organizados da sociedade civil e mesmo as instituições religiosas, que se busca incluir no processo. Todos são, portanto, envolvidos, tanto crianças como adultos.”

Ora, os simpósios, palestras e encontros dos profissionais de Recursos Humanos que ocorrem pelo menos a uns 25 anos comprovam os fatos. Os títulos chamativos tais como, “Por um Novo RH”, Os Novos Caminhos do RH”, ou o mesmo, “Mudando as Atitudes dos Gestores de RH”, tudo se encaixa bem ao gosto das resoluções ou diretrizes de instituições internacionais que muitos participantes incautos e mal informados não fazem a mínima ideia de onde elas surgem e aonde querem chegar.

Muitos participantes aderem a essas pautas porque querem ser moderninhos e “inteligentinhos”, citando o termo muito usado pelo filósofo Luiz Felipe Pondé. Mas outros já estão doutrinados, egressos de cursos rasteiros de Humanas ministrados em faculdades que também aderiram às diretrizes dessas instituições (tudo chancelado pelo MEC, que deveria ser extinto, diga-se de passagem) e acabam formando “profissionais” meia bomba e totalmente doutrinados que não sabem sequer ligar lé com cré, mas abraçam com unhas e garras a agenda progressista, para o desespero de seus empregadores.

No entanto, existem dois tipos de empregadores que também aderem à agenda progressista. O primeiro tipo é o mesmo caso citado acima, ou seja, gosta de pousar de bacana e moderninho porém, nunca abriu um único livro de História, de Geopolítica ou de Ciência Política e desconhece completamente a matéria; o segundo tipo, e temos muitos deles no Brasil, são aqueles que praticam um capitalismo de compadres. Esses se beneficiam de incentivos do governo via BNDS e outras benesses e favorecimentos diversos em troca de propaganda progressista e politicamente correta. são os chamados capitalistas de compadres e que integram a chamada esquerda caviar. Conhecemos muito bem essas empresas (algumas bem famosas), estão nos mais ridículos comerciais da televisão o tempo todo.

Essa agenda progressista é muito ampla, só para citar alguns exemplos: aquecimento global causado pelo homem (tem que ser estupidamente otário para acreditar nisso), bandeiras de minorias (ainda... a luta de classes, Marx no inconsciente..blá blá blá que dá sono), políticas afirmativas nas empresas (cotas, que diga-se de passagem não funcionou em país algum comprovadamente!), responsabilidade social (essa expressão na verdade nem faz sentido, mas poucos se dão conta disso), etc, a lista de baboseiras é infinita.

No mais, como diz Bernardin, todo esse engajamento desperta no sujeito um sentimento ilusório de liberdade. São terminologias semânticas atrativas, tais como “progresso pedagógico”, “autonomia dos professores”, melhoramento do ensino” e muitas outras que servem apenas de maquiagem para mascarar os mais criminosos métodos de doutrinação pedagógica que o mundo já viu. Bem longe de ser uma teoria da conspiração, está tudo documentado nas atas, conselhos, reuniões e resoluções das instituições citadas e com a adesão e chancela de diversos países, evidentemente, o Brasil incluso.

Tudo começa na escola e termina muito mal na fita no mercado de trabalho.  Portanto, Maquiavel Pedagogo é um livro obrigatório na biblioteca básica de todo profissional de RH que se preze. É um livro para ser lido, relido diversas vezes e consultado diariamente. É um antídoto poderoso contra o veneno maligno das agendas progressistas.

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