segunda-feira, 22 de junho de 2020

Recrutamento pelo WhatsApp é preliminar, a entrevista presencial é indispensável


Em razão das determinações totalitárias de burocratas moleques que adoram brincar de ditadores fechando e abrindo o comércio ao seu bel prazer e atribuem a culpa ao vírus chinês, a maioria das empresas suspendeu o recrutamento e seleção de pessoal por tempo indeterminado, salvo apenas os setores que os ditadores  decidiram o que seria serviço essencial. Isso fez com que algumas empresas que tivessem que contratar buscassem caminhos alternativos de recrutamento entre os quais um dos mais usados é o WhatsApp. E essa alternativa às vezes pode se revelar catastrófica como veremos a seguir.

Recentemente foi noticiada em alguns veículos da mídia a prisão de um falso médico. Na verdade, um estelionatário que atuava também como professor universitário de direito, corretor de imóveis e até mesmo como advogado. Ele atuava como médico em alguns hospitais, inclusive tratando pacientes infectados pelo vírus chinês. E como esse sujeito foi contratado? Sim, foi contratado pelo WhatsApp por uma empresa terceirizada sem qualquer entrevista na qual comparecesse pessoalmente. Nem mesmo os seus documentos que eram todos falsos foram rigorosamente checados.

Particularmente não tenho nenhuma restrição quanto ao uso do WhatsApp para o processo de recrutamento e seleção de pessoal. No entanto, o seu uso nesse sentido deve ser como um primeiro contato preliminar, um filtro de triagem, pois a entrevista presencial é condição sine qua non para a contratação de um empregado em qualquer profissão que seja, bem como para os mais diversos cargos.

Na prática, o correto são as duas entrevistas clássicas: a primeira com o próprio recrutador que vai selecionar três candidatos para uma segunda entrevista, a chamada entrevista técnica que será conduzida pelo profissional o qual o candidato se reportará se contratado for. Além disso, pode ocorrer também uma terceira entrevista com o próprio diretor da empresa, dependendo do cargo. Porém, sem as duas etapas iniciais é impensável a contratação de um candidato e caso elas sejam dispensadas o prejuízo é líquido e certo até mesmo com desdobramentos judiciais.

A primeira entrevista é essencial, pois é nela que o recrutador, treinado em diversas técnicas de entrevista entre as quais a linguagem corporal, irá detectar o gestual do candidato. Observa-se com acuidade se o candidato mente ou inventa situações, se está desconfortável, se tem fluência verbal ou não, se é tímido ou extrovertido, se toma decisões rápidas, se é lento no raciocínio, se é assertivo e resiliente, se tem percepção individual ou coletiva e demais características e atributos determinados no perfil que foi passado.

O caso do falso médico contratado via WhatsApp sem qualquer entrevista é apenas um exemplo entre tantos outros. A gravidade da questão é que se trata de profissional que lida com vidas e obviamente que os hospitais em que o esse sujeito trabalhava terão inevitavelmente problemas com a justiça, pois muitos pacientes tratados por esse impostor registraram boletim de ocorrência contra ele e contra o hospital.

Usemos então essa eficaz ferramenta que é o WhatsApp para recrutar com muita responsabilidade. Ela serve, como já disse acima, como um contato preliminar para analisarmos currículos para então daí sim, passarmos para a próxima etapa que é a entrevista presencial. Frente a frente com o candidato, olhando em seus olhos, dando-lhe a oportunidade para que fale muito sobre si, fale tudo, o que sabe e o que não sabe e claro, literalmente sem máscara!


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